9.17.2015

respostas a perguntas inexistentes (337)

das promessas que nos fazemos

Passo a vida a quebrar promessas que faço a mim mesmo. Na verdade não me importo. Sei que vida é isso mesmo, uma constante quebra de promessas e de objectivos. Ainda assim, continuo a prometer-me muitas coisas, principalmente quando estou metido no emaranhado dos meus silêncios. Propor-me a fazer alguma coisa que depois não faço dá-me vida no momento. É por isso que propor é importante.
Hoje propus-me a limpar a minha casa de banho com lixívia assim que chegasse a casa. Não o fiz, mas no momento em que me propus a tal acreditei que ia mesmo fazê-lo. Soube-me bem tanta determinação, mas falhei a promessa. Não faz mal.
Às vezes prometo-me a concretizar projectos um pouco mais ambiciosos, como tirar do papel tudo o que já preparei para fazer uma sessão de stand up comedy e subir a um pequeno palco qualquer. Não sei se o vou fazer ou não. Espero que sim. Para já, o mais importante é que acredito que o vou fazer.
Na verdade, a única coisa a que nunca me propus foi a Amar uma mulher e, apesar de nunca o ter feito, passei a vida a fazê-lo. O facto de nunca me ter prometido Amar alguém não quer dizer que o Amor não seja uma promessa. É, apenas nunca a fiz. Com a vida, cheguei até à conclusão que me custa muito mais quebrar as promessas que não me faço do que aquelas que me faço. As que não me faço já moram dentro de mim. As outras não e é por isso que podem falhar.
Talvez o Amor seja isso, uma promessa inadiável desde o momento em que nos apaixonamos pela primeira vez. Tão inadiável que nunca nos atrevemos a prometermo-nos tal coisa para um dia distante.

2 comentários:

Estudante disse...

Se calhar nascemos com algumas promessas dentro de nós... e talvez essas sejam inevitáveis e "inquebráveis" :)

Ivar C disse...

estudante, exacto. :)