9.07.2015

respostas a perguntas inexistentes (331)

A não ser que não saibamos sonhar, o Amor nunca faz falta.

Um Amor nunca nos faz falta, ao contrário do que se possa pensar. A razão é simples, mas quase ninguém a entende por um motivo ainda mais simples: quase ninguém sabe Amar porque quase ninguém sabe sonhar.
Nenhum Amor nasce para colmatar uma falta, porque o Amor é muito maior do que a própria vida. Na vida, ou vivemos e está tudo como há-de ir, ou vivemos e Amamos e está tudo como num sonho.
Nunca nos apaixonamos para que o nosso dia-a-dia continue o mesmo, mas com um Amor. Apaixonamo-nos para que a vida seja outra e a lógica existencialista se desvaneça um pouco no nosso dia-a-dia. Só quando estamos apaixonados é que nos apercebemos que há qualquer coisa que precede o corpo. Não é a alma, é o Amor.
Quando não estamos apaixonados ou o nosso Amor nos mandou à merda, tornamo-nos existencialistas de novo e olhamos para o nosso corpo como a essência da vida. Não é mau. É o nosso corpo que faz Amor mesmo que não Amemos ninguém. O que não deixa de ser irónico.
É por isso que cada vez que o nosso corpo se envolve com outro podemos acordar de duas maneiras: ou na vida ou depois dum sonho. Se acordamos na vida, na vida estamos. Se estamos num sonho, que acordemos o mais tarde possível. 
É isso a que chamamos Amor, até um dia acordarmos. A não ser que não saibamos sonhar.

2 comentários:

redonda disse...

No reino do absurdo poderá ser uma forma de entendermos o amor.

Ivar C disse...

redonda, exactamente. :)