4.21.2011

respostas a perguntas inexistentes (145)

Amor e Água

Ainda bem que o Amor não se pode vender, senão um gajo qualquer como o Passos Coelho já o tinha dividido em fatias pequenas, embalado e colocado nas prateleiras dos supermercados. Tudo em nome do Crescimento Económico. Acredito que seria uma medida acolhida por uma grande parte da população, que diria aqui e acolá que "sim senhor, tem que ser, se as pessoas querem ter Amor têm que pagar. Claro" e olhariam para um mendigo de Amor, apaixonado à janela da mulher do seu coração, dizendo: - "olha-me este! quer Amar mas não quer pagar! Que vá mas é trabalhar". Afinal de contas o Amor é tão natural como a água e é isso que já acontece com ela. E com a comida e com tudo o que é essencial à vida. Resta-nos o Amor e a esperança que os desapaixonados da vida, vulgos capitalistas, desapareçam de vez.

Na verdade é para aí que isto caminha, um gajo pagar a conta do gás, da electricidade e na da água vir uma taxa qualquer porque o Estado descobriu que estamos apaixonados. A taxa do Amor. Afinal de contas o Amor é um recurso natural como outro qualquer. A primeira geração sente-se indignada mas a segunda não, porque já nasceu assim e foi ensinada a não questionar o que quer que seja. Passa a ser natural pagar a paixão ao quilo e pronto.

Nunca me consegui apaixonar por uma mulher, por muito bonita que fosse, que numa discussão política me dissesse que achava muito bem pagar a água como uma mercadoria. É que uma mulher que acha isso, lá no fundo, acha o mesmo do Amor.

28 comentários:

Sexy na Cidade disse...

opha quase que caia da cadeira com as primeiras frases lol

Maria

Briseis disse...

Queira Deus que nenhum politicote da treta te leia, caro Bagaco... Se não, ainda aproveitam a tua ideia e aí, para grande desgosto meu, ver-me-ia forçada a boicotar o teu blog!lol Fora isso, bem analisado, como de costume... =)

Anónimo disse...

Não dês ideias...

Ivar C disse...

sexy na cidade, lol. :)

briseis, lol. obrigado. :)

anónimo, já as tem. :)

Malena disse...

É isso mesmo! O que vale é que o amor, ao contrário da água, é um recurso que não se esgota! :)

Ivar C disse...

malena, ena! isso mesmo. :)

Anónimo disse...

Pois eu acho que tanto um como o outro se esgatam...sobretudo a paciencia.

Inês Gomes disse...

olha que se o amor se vendesse, alguns desesperados iam agradecer xD

Helena disse...

Ainda bem que não se compra...sente-se apenas! :)

Ivar C disse...

anónimo, a paciência é um sucedâneo. não é um nem o outro. :)

inês gomes, lol. :)

helena, :)

H. Santos disse...

LOOOOL

eu sempre, desde pequeno, achei ridiculo pagar pela agua. mas nunca disse nada porque pensei que eu é que tava a ser ridiculo...

porque que pagamos por usar a agua!!?

Filipa disse...

Mas o amor não acaba e aliá constroi-se... o amor tem altos e baixos e mesmo que termine para mim ou para outra qualquer pessoa, há sempre alguém apaixonado ou que ame alguém...

Agora a água potavél é finita, infelizmente cada vez há menos, mas pensando melhor, o amor saudavel também é cada vez mais raro!

Se calhar a razão está do lado do Bagaço...Quando comecei a escrever achava que estava errado, mas agora até percebo o ponto de vista... Amores puros e desinteressados cada vez há menos, logo visto por esse prisma até se devia pagar...

redonda disse...

Será? Ela podia estar a dizer isso apenas a pensar na água e ser de um país com falta de água...mas sem dúvida que seria muito triste se o amor fosse tratado como uma mercadoria e nesse caso, não poderia era ser amor...

katy disse...

espero que o amor continue sendo uma graça e não um bem, que pode ser comprado a qualquer momento, por quem puder pagar. feliz páscoa!!!

cor de fogo disse...

Só para te dizer que hoje andei cinquenta kilometros e fui ver-te e ouvir-te a Aveiro. Tens um ar meigo e és bonito, apeteceu-me ir ter contigo mas não consegui e agora estou arrependida.

Pearl disse...

hahahahhahaahha
Tens cada ideia!!! lol
Realmente qualquer dia pagamos pelo amor... mas acredito que antes de pagarmos o amor terão que nos apresentar primeiro a conta do ar que respiramos, o que também já não deve faltar muito!
;o)))

Carla Leite disse...

compreendo que se pague o garrafão e a rolha, mas não a água ^^

Cat disse...

Nunca me ocorreria fazer um paralelismo entre o Amor e a água, mas sabes que mais? Está certíssimo.
Admiro a tua originalidade de pensamento.

Faby disse...

Fantástico texto, fantástica reflexão! Desde que o comecei a lê-lo, há cerca de uma semana, que estou rendida! Realmente o amor ainda não se vende porque só alimenta quem o constrói, como os alimentos só saciam quem os consome: não é possível que alguém se alimente por nós. Mas o que não falta por aí são estratégias para vender o amor. E tenho para mim que quem encontrar uma estratégia realmente válida poderá enriquecer à custa do amor! Mas nunca será o Amor!

Ivar C disse...

cota, isso é uma ideia marxista, portanto de Esquerda, que eu partilho, Os recursos naturais não podem ser comercializados porque são ade todos. :)

filipa, falando de água, é finita sim, mas comercializá-la não altera isso, apenas faz com que a sua divisão seja injusta (quem tem dinheiro compra, quem não tem não compra). Eu sou a favor da água racionalizada e gratuita. :)

redonda, exacto, mas a água não pode ser uma mercadoria também. :)

katy, estamos de acordo. :)

cor de fogo, :)

pearl, a ideia do ar já lá está, de certeza. :)

carla, no caso da canalização, foi feita com dinheiro nosso, ou seja, público, e depois vendida por meio tusto a privados. o garrafão deve ser pró vinho. :)

cat, a água e o amor são recursos naturais. obrigado. :)

faby, é isso mesmo. obrigado. :)

Fatyly disse...

Já agora que o Zé da verruga(TS)(não é tarado sexual, atenção:) ) não apareça por aqui, caso contrário levamos com mais taxas.

Mas mesmo com ideologias de esquerda, achas que não teriamos os mesmos custos?

tu não pagas a água, pagas sim o facto de ela ir até aos teus aposentos (chamas a isto capitalismo), porque ainda há liberdade para nos libertarmos disso: vai à fonte porque há imensas, mas dá trabalho carregar, lavar tudo à mão e sem gás tomavas um banho gelado e podias ler e escrever à luz da vela. Porque não?

Ou terei percebido mal?

Resta-nos o Amor, ai meu amigo e cadê ele? já te perguntei isso em outros posts e mantenho a esperança e jamais sou capitalista, mas também não sou da esquerda aparvalhada, obsuleta e paralítica, que no poleiro...fazem todos a mesma trampa!

Ivar C disse...

fatyly, isso não ´verdade. nós pagamos mesmo a água, basta olhar para a factura para perceber que há uma conta referente à água consumida e outras referentes a outras taxas, mas ainda assim isso é um pormenor, porque a rede pública de água, para garantir que este bem é acessível a todos, deve ser paga com dinheiros públicos e mantida com dinheiros públicos. Em Portugal foi assim, os nossos impostos é que pagaram a construção dessa rede e depois, de repente, estão a entregar essa rede a privados. Eu chamo capitalismo não ao facto de se pagar, entre todos, a manutenção da rede pública de água, mas sim ao facto de a rede pública passar a ser privada e a água passar a ser uma mercadoria, ou seja, sujeita aos preços que os mercados e a especulação ditarem. :)

Fatyly disse...

ahhhhhhhhhhhh ok, sou mesmo burra, desculpa lá. Tens razão!

Ivar C disse...

fatyly, não acho que seja burra, e não acho mesmo. antes pelo contrário. acho é que em Portugal se discute muito pouco política a sério e discute-se demais novelas que não interessam nada. :)

Carla Leite disse...

vinho quer-se em garrafa de vidro :)

Ivar C disse...

carla leite, os garrafões são de vidro. Aquele plástico à volta é só uma capa. Portanto a diferença entre garrafa e garrafão é meramente quantitativa. :)

sophie disse...

Não dês ideias Bagaço...
Se não eu ia empenhar-me à grande...
É que pagar pelo que sinto, nem uma vida para acabar com a dívida... :)

Gostei muito, como sempre!!!

Ivar C disse...

sophie, lol. :)