1.03.2007

monogamia e casamento

Estava aqui a pensar que a vida é estranha. Concordo totalmente com a Fausta: a monogamia é contranatura, portanto o casamento, tal como é praticado actualmente, também é. O casamento, aliás, é um emaranhado de princípios jurídicos que obrigam duas pessoas a aturarem-se mutuamente uma à outra para além do tempo que seria normal. É só isso.
A nossa sociedade organizou-se e vive sobre esta mentira. Ninguém é a mesma pessoa aos 20 anos, depois aos 30, depois aos 40. Aos 20 eu acreditei, de facto, que podia viver com a mesma pessoa a vida toda e ser feliz. Viver podia, ser feliz mesmo nem por isso. É claro que as coisas não assim tão a preto e branco. Hoje considero-me uma pessoa cheia de sorte, principalmente por causa da companheira que tive a maior parte da minha vida, e que teve a coragem de salvar a minha vida e a dela a tempo de salvar também a nossa relação (ainda somos muito amigos). A verdade é que ela é que se chegou à frente, ela é que levou com a pressão social toda e de todos. Ela foi a “culpada”, eu fui a “vítima”, perante os olhos de (quase) todos. Agora vejo-a como uma pessoa corajosa. Apenas.
Não vou falar mais disto aqui, embora houvesse mais a dizer, mas ao contrário do que possam pensar eu não gosto de me expor assim tanto como isso. O que disse chega para passar a mensagem.
Acho que há demasiada tristeza envergonhada e escondida (já nem estou a falar de violência doméstica e essas merdas). Era bom que a nossa sociedade pudesse reflectir e discutir sobre isto, e que as pessoas que apenas tentam ser felizes não tivessem que ser olhadas de lado pelos amigos. Os divórcios não têm que ser um drama, mas os casamentos normalmente são...

8 comentários:

Anónimo disse...

sabes o que me matava mesmo a seguir ao divórcio? Era a sensação de não compreender o porquê de tudo ter falhado, quando ainda uns dias antes se faziam planos (hoje percebo que se faziam porque era hábito); e eu sabia as razões todas do fracasso; as mesmas que me tinham feito desejar a separação vezes sem conta, como um supônhamos, mas... as mudanças matam a gente; as rotinas quebradas, os espaços estranhos, a falta de respostas para os filhos (se a gente as soubesse para nós!!).
Não era melhor ter deixado estar tudo como estava?

Chega-se aqui e lê-se este teu texto e têm-se aqui as respostas todas, pah!

Mas também vou dizer "chega"... afinal eu não compreendo os homens, por isso vou fazer de conta que não li nada.

Siga a FELICIDADE, mesmo que seja preciso virar os móveis de pernas para o ar... e que não me chateiem, se é assim que eu gosto não venham cá p'ra casa dar palpites. Só se for sobre a posição da cama!!!

Anónimo disse...

correu qualquer coisa mal na identificação??? quando a gente deixa ir o comentário apercebe-se dos erros mas já não pode emendar, neste teu sistema. Pareceu-me que a password apareceu descodificada... seria?
Vé lá como é que isso sai!
Isto tem a ver com o facto de eu escever tudo e depois ter de gravar (se não me esquecer) porque isto apaga tudo até eu fazer o login para entrar como Beta... se não gravar antes, perco todo o texto e lá recomeço tudo de novo ...
e depois ando sempre a mudar e acabo a fazer disparate...

Ivar C disse...

fausta, uma vez ouvi uma frase, numa conferência a que assisti apenas por ser técnico de audiovisuais, dita por um professor qualquer, e que se aplica exactamente aos meses pós divórcio: "para vermos a montanha temos de nos afastar dela". Pronto, acho que é isto. ;)

Anónimo disse...

E quando nem sequer se avista uma qualquer montanha?

Sim, ás vezes, inconscientemente, desligamos essa 'antena'...

*LS

asdrubal tudo bem disse...

eu acrescento a tudo isto uma dado muito mais pragmático não fossem os problemas financeiros que normalmente resultam de um divórcio e muito mas mesmo muito mais gente se divorciaria

Ivar C disse...

olha LS, acho eu que quando nem sequer se avista uma montanha, a única solução é mudar de direcção, às vezes radicalmente.

asdrubal tudo bem, esse é um dado pragmático importante, de facto. Para ajudar, um divórcio em Portugal fica os olhos da cara e, ao contrário do casamento, ninguém te dá prendas....

Anónimo disse...

Também houve um tempo em que eu pensava que o casamento era contra-natura. Agora parece-me que só é contra-natura o casamento à força. Não sei se ainda vou mudar de ideias mais alguma vez, espero que não. Gostava era de ter um ex-marido que compreendesse as coisas como tu. Mas era pedir demais.

Ivar C disse...

sim, Didas, é o casamento à força que é contranatura... a questão é que, de facto, não devemos deixar que isso atropele a nossa felicidade, não é?