12.11.2006

que estamos mais ou menos

Hoje encontrei um amigo de infância no comboio e sentei-me no banco à frente dele. Andou comigo no ciclo. Lembro-me de ir roubar pêras a um quintal ao pé da minha casa com ele, de sermos perseguidos por um cavalo e de pôr fitas de carnaval nas antenas dos automóveis. Lembro-me que chumbámos os dois no segundo ano do ciclo e depois separaram-nos de turma no ano seguinte. Depois nunca mais o vi. Ou melhor, vi-o de passagem mas nunca mais falámos a sério até hoje.
Está mais ou menos, disse ele, respondendo à minha primeira pergunta de piloto automático: - "então como vai isso?". Que está mais ou menos, que se casou, que teve uma filha (mais velha que a minha), que foi arranjando emprego onde foi possível, que esteve um ano desempregado e viveu com ajuda dos pais, que um dia chegou a casa e a companheira lhe pediu o divórcio sem ele contar, que andou um bocado na merda, que não percebe as mulheres. "Então e tu?" - perguntou depois.
- Eu? Eu não estive desempregado um ano...
Depois a conversa passou para o tempo em que éramos putos e comíamos chicletes pirata. Ainda bem.

5 comentários:

tamagoxi disse...

Nada de comentários

Fausta Paixão disse...

'tás a ver?
Estou sentada num soufá e tu falas. Ontem falaste de bicicletas e hoje um cavalo perseguiu-te numa visão da tua infância.
Ou seja: gostas de montarias; depois os cavalos correm contigo; depois disfarças um pouco (ou tu ou o teu "id"), mas amanhã trarás outra visão sexualizada.
É sempre assim quando se tem um blog e não se compreende as mulheres.

Então amanhã cá te espero. E traz o cheque que já me deves duas consultas.

P.S. Eu também nunca estive um ano desempregada. Mas não tenho nada a ver com essa história porque tenho dois filhos.

Ivar C disse...

oh tamagoxi... já percebi. :)
fausta, não uso cheques... também não ando na melhor fase da minha vida no que diz respeito a finanças. sei lá... posso pagar em pêras?

Anónimo disse...

É o que vale! andamos sempre todos mais ou menos... olha eu estou: mais ou menos!

Ivar C disse...

pois, Nina, não sei porquê mas não acredito nos "mais ou menos". Acho que são sempre mais menos do que mais...