10.20.2006

sobre o aborto. ponto final.

Detesto a pergunta popular:- “És a favor contra o aborto?”. Ninguém, e repito, ninguém é a favor do aborto, porque ser a favor do aborto seria andar a incentivar mulheres grávidas a abortarem mesmo que, por sua livre iniciativa, não o quisessem fazer.
A questão que está em cima da mesa é outra, e por isso a pergunta popular deve ser outra também: - “Uma mulher que interrompa voluntariamente a gravidez é criminosa?”. Eu acho que não, e por isso, mesmo contrariado, vou votar sim no referendo à pergunta oficial: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
Vou votar contrariado porque concordo com a posição do PCP relativamente a esta matéria, que é a única, aliás, que não entra em demagogia barata. O referendo não devia existir porque existe um órgão legislador nacional que deve assumir a responsabilidade das suas competências. O referendo não é mais, por isso, do que o governo a fugir com o rabo à seringa.
Mais ainda, a interrupção voluntária da gravidez já existe e nunca vai deixar de existir. A questão é se queremos que essa existência seja clandestina ou legal. Eu prefiro que seja legal. De resto, e por princípio, até sou contra o aborto. Posso dar vários exemplos de gajos com cara de aborto que detesto: Alberto João Jardim, Valentim Loureiro, José Sócrates (o animal vai mesmo pôr portagens na A29 que eu faço todos os dias para ir trabalhar), etc, etc.
De resto, e como até me irrita falar nisto, aconselho a leitura de quem (ou nem por isso) se deu ao trabalho de escrever a sério sobre isto:

divas & contrabaixos - SIM ou NÃO. A questão do aborto
divas & contrabaixos - SIM ou NÃO. A questão do aborto #2
farinha amparo - MENTES BRILHANTES
voz em fuga - opinião
jakim - A lebrizassão do abrôto - Oije um artigo de funto

7 comentários:

jakim disse...

O Jakim tá contró sim!

Diana disse...

Sinceramente acho isso tb uma grande treta...só as pessoas que passam por isso é que sabem realmente o que é...deve haver certamente pessoas que já votaram contra mas que infelizmente ao terem de passar por isso viram-se obrigados a voltar a meter a mão na consciência e pensar...pensar tanto que na altura em que afirmavam convictamente serem contra o aborto...tiveram de encolher o rabinho entre as pernas e fazê-lo...acho que é mt fácil falar...passar por isso é que é mais complicado...
Sou a favor do aborto mas com regras bem definidas para que as mulheres o possam fazer...
É extremamente fácil abortar clandestinamente em Portugal...mas pode provocar danos sérios nas pessoas...
Quem tem possibilidades vai a Espanha...aí sim, as mulheres são tratadas como seres humanos e não como criminosas...e há regras!!!

Anónimo disse...

Olá,
estou aqui pra te avisar que vc está em minha seleção e concorrendo a ser o destaque da próxima semana! ;)
Boa sorte!!!

Ivar C disse...

jakim, Umbelina ao poder!

diana, de facto é extremamente fácil abortar clandestinamente em Portugal. Fácil mas caro, e vai-se para casa sem recibo que é para não haver provas de nada. Se calhar é aí que se arranja dinheiro para os movimentos "pró não".

amanda, bem vinda ao "não compreendo". Sempre quis ser o "destaque da próxima semana". ;)

Cristy disse...

Nem sequer é tão caro abortar em Portugal e se calhar não fazem ideia de que diariamente passam por sítios onde se fazem abortos. São consultórios de vão de escada, sem um mínimo de higiene e, por incrível que pareça, utilizam muitas vezes agulhas de tricot para realizar o procedimento. Isso sim é desumano, visto de qualquer ponto de vista.
Não sou a favor do aborto, penso que ninguém é. Conheço casos de mulheres que perderam os filhos e sei a dor que isso é, mas também conheço casos de crianças que são afogadas, abandonadas, atiradas ao lixo, só, porque os pais não tinham condições (materias, psicológicas, afectivas) para as ter.
Desengane-se quem pensa que uma mulher faz um aborto de ânimo leve, ou que o faz como método contraceptivo.
Sou a favor da despenalização desde que seja feita com acompanhamento psicológico, tanto durante a tomade de decisão, como após a própria intervenção.
Não acho que seja uma questão política, nem religiosa, penso que é uma questão social.

Anónimo disse...

Olha vinha aqui escrwever quase textualmente o que escreveu a Cristy Net, portanto assino por baixo dela ( ou por cima, ou ao lado)

Hipatia disse...

Este ponto final está - como sempre - só à espera do novo parágrafo :(