9.19.2006

conversa 16

(entre homens com uma mulher a assistir)

Ele – as portuguesas são muito fechadas.
Eu – não podes dizer isso. Há tantas portuguesas.
Ele – Pois, mas as estrangeiras são mais abertas.
Eu – Vá, não digas mal das portuguesas que eu gosto muito delas.

6 comentários:

Fausta Paixão disse...

Padre António Vieira num dos seus sermões:
"ou vedes ou não vedes: se o vedes como o não remediais e se não o remediais como o vedes?" (lembras-te?)

E eu (em pensamento): se ele não compreende as mulheres como é que gosta delas. E se gosta delas, como é que as não compreende?

Esclarece, por favor, esta minha dúvida metafísica. (e desculpa ter trazido um padre para o teu espaço profano, mas este era assim um pouco filósofo a abrimos-lhe uma excepção)

Ivar C disse...

Não vejo nenhuma incompatibilidade nenhuma entre “espaço profano” e “padre”.

“se ele não compreende as mulheres como é que gosta delas. E se gosta delas, como é que as não compreende?”
Fausta, eu explicava-te como é que se gosta de mulheres sem as compreender. Aliás, é a única coisa que seu fazer na vida. O que é, tenho medo de explicar. A sério...

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Fausta, agora fiquei surpreendida contigo. Compreendes sempre as pessoas que amas? eu espero que não, até porque isso seria desastrosamente monótono (e perigoso: já imagino os tratados intitulados "da cegueira do casal"). não compreendemos mas queremos compreender: uma das alavancas do amor é mesmo essa busca. como temos muitas facetas, podemos multiplicar os enigmas até ao infinito. o amor é eterno enquanto não está tudo esclarecido.

Ivar C disse...

MRF, estou contigo. Claro que eu não percebo nada de nada, não compreendo ninguém, e ando completamente à toa. Mas tá-se bem...
:)

Elipse disse...

O "tá-se bem" é a palavra de ordem;

a Fausta não é lá muito reflexiva, aposta no "tá-se bem" e até gostava de o poder fazer sempre, mas vem a chata da outra, que é toda racionalidade e pronto... é um confronto desgastante (passando por cima das hipérboles, claro!)

... mas concordo contigo Maria. Se nem a nós nos compreendemos como iríamos querer estar dentro do outro!

E tu, Bagaço, conserva esse "tá-se bem" e não penses muito...

Ivar C disse...

Coverso, converso... aliás, conservo, conservo. ;-)